domingo, 7 de dezembro de 2008

SER NEGRO - Abelardo Rodrigues


Até quando, amigo?

Até que o mar volte a ser o que era?

Até que os corpos voltem à praia

e se amotinem em negreiras

naus desses tempos?

Há, um alvo

onde nossas forças

recapeadas

de fraquezas brancas

possam medir e serem

torrentes de uma dor

prostrada violenta

damas que na Primavera

será um dardo

uma lança

um raio laser.

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