Inútil tão inútil
quanto o teu azultão
seco e sereno
como os cabelos
carapinha de teu bisavô
que hoje não produz
mais teus sonhos
inútil como
à solidão do poeta
É a fisga do teu ser
A fumaça que corre os céus
não é mais do que a flor
que murcha
o teu coração
e nem meu corpo
te roçando ávido
consola
teu grito uterino
de cansaço
Nem mesmo
saber que teu filho
um dia poder
cantar pássaros
E neste dia
os teus
cabelos brancos
carapinha sorrirão
mesmo sem a brisa
desta chama
que nos consome
agora
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