domingo, 7 de dezembro de 2008

ESPERANÇAS - Abelardo Rodrigues


Respiro esta fumaça de novas idéias

com meus pés

meus dentes de desejos

minhas garras de sonhos





Quero transpassar as barreiras alvacentas

e velhas datas

enovelar-me entre espirais

de um novo amanhecer

buscando jazidas de esperanças

em jazigos libertos

uma cunha nos contra-fortes dos homens

já saudosos de velhos tempos





A dor reumática do poeta:

ferir ossos com palavras

revolver monturos mesquinhos de sangue

enrijecendo as juntas

vencer tormentas aquosas

no vazio da realidade

canto-angústia maior de sua mente.





De Memória da Noite, São José dos Campos, 1978.

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